terça-feira, 26 de abril de 2011

A sanidade na loucura

Dizem que a linha entre a sanidade e a loucura é muito tênue. Vez ou outra a gente cruza esta linha e logo volta atrás, mas há aqueles que atravessam o limite e não voltam mais. Acho que a desconexão com a realidade é uma benção para quem se perde. Mas eu ainda prefiro cultivar apenas algumas neuroses de estimação em meio à realidade nua e crua.
Vai dizer que você nunca se viu em uma situação que parece coisa de doido. Olha, vou dividir algumas das minhas manias insanas, mas não vai sair por aí dizendo que eu sou doida.
Há pouco mais de dois anos o número do meu manequim aumentou. Inconformada, eu afirmava a mim mesma que eram as grifes que haviam cometido algum erro nos moldes. Já pensou, conspiração das grifes contra mim uma pobre mulher normal. Chegava às lojas e pedia o número antigo. Pura negação. Mas é claro que a calça não passava na minha bunda. Bom, resumindo a história, um ano e meio depois sem comprar um único jeans eu resolvi aceitar minha derrié maior e o número condizente.
Outra coisa que me dá arrepios é consumismo. Porque quando dá a gana, você compra aquilo que não precisa, com um dinheiro que não tem. Confesso que este descontrole me visita pouco. Mas aí desenvolvi outra mania a de imaginar o outfit e sair à caça, como se ele existisse. Ai, o Peep Toe preto de verniz, com sola pink, que sonho. Claro que a decepção bate a minha porta e em 100% das vezes tenho que me conformar com um primo distante da produção imaginada. Coisa de gente maluca, mas fazer o que?
Que tal a ideia de pintar as unhas cada semana de uma cor. Por muito tempo eu só usava do salão o esmalte novo. Era a realização das manicures. Compravam um amarelo ouro e adivinha quem era a doida que topava passar aquele negócio nas unhas? Roxo berinjela, azul anil, os tons de verde nunca fizeram parte da minha preferência, mas um ou outro eu já usei, laranja e todos os tons de rosa, principalmente os mais berrantes. Passava a semana admirando a nova cor e ansiosa para chegar o sábado para saber qual seria a próxima novidade.
Passei pela fase de usar o cabelo nos mais diferentes cortes. Tinha um que fez minha cabeça parecer uma pomba, sem rabo. Por outro período experimentei os mais diferentes tons de cores, principalmente os vermelhos, do laranja ao borgonha. Parecia que meu cabelo estava em brasas. Agora tô com pânico de cabeleireiro, não quero cortar. Meu cabelo protesta caindo às pencas, é claro. Tudo bem, prometo que vou perder o medo e tirar umas pontinhas.
Aí fico pensando: "Ah, mas são tão inofensivas as minhas manias". Mas vou parar de contar, porque ainda não acabei com a coleção... Socorro.

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