quinta-feira, 14 de abril de 2011

Pretinho básico

Quem não tem um "pretinho básico"? Eu tenho vários. Amo vestido preto, roupa preta no geral. Gosto do ar de mistério, daquela coisa chique que só uma roupa preta traz em si e além de tudo ainda dizem que emagrece.
Chanel fez a primeira criação em preto para cobrir o corpo em período de luto, por conta do maior amor perdido num acidente de carro. Bem, na época era só o retrato da dor, mas ela institucionalizou a elegância a partir de um modelito simples e fez zilhões de seguidores mundo afora.
Teve uma época que eu olhava o guarda roupas e só tinha preto. Pensei comigo: "meus sais, vou ter de começar a dar nomes às peças para idenficá-las". Teria de começar por Hilda Furacão para aquele mini arrasa quarteirão. Com combinação de baton vermelho, a imagem no espelho era a própria encarnação do pecado.
Madre Tereza para o pretinho comportado que nem o mais safados dos pedreiros iria ousar assoviar ao meu caminhar. Nossa, a própria santa freira em dia de missa de carmelitas descalças no convento. Claro que eu uso pouco este modelo.
Para o par de calças pretas surradas vai um nome masculino, James Dean. Totalmente rock and roll. Amo o ar despojado acompanhado de camiseta branca e uma bota de salto confortável para um dia de show. Música bate cabelo para combinar com o modelito.
Quem sabe Joana D'Arc para aquela camiseta simples, mas cheia de significado. Ideal para o dia de fúria, quando dá vontade de apertar o foda-se. A gente sai de casa com sangue nos olhos. Com o desejo de não voltar antes de se arrepender.
Mas daí, de repente meu guarda roupas começou a ganhar cor. O mundo ficou mais comum e as roupas perderam seus nomes e significados. Talvez eu dê mais sentido ao pretinho básico mesmo. Enfim, é o mundo.

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