sexta-feira, 29 de abril de 2011

A própria centopeia

Sou indescritivelmente apaixonada por sapatos. Nas minhas mudanças sofro a cada vez que tenho que colocar meus pobres amigos íntimos em caixas gigantes que os deixam amassados, deformados, que heresia! Aí, chego ao meu destino e começo a arrumá-los. Mas não sei por que, as sapateiras sempre são insuficientes. Estou ensaiando para comprar mais uma, mas onde enfiá-la?
Já fiz a maluquice de comprar cinco pares de uma só vez. E na semana seguinte fui proibida pelo ortopedista de usar salto, por conta de uma lesão. Fiquei meses em tratamento, namorando meus sapatos, sonhando com o dia em que poderia desfilar com eles por aí.
Tenho piras de sonhar com o sapato e sair em busca dele. Sempre é muito difícil de encontrar o objeto do meu desejo como imaginado. No caminho da realização do sonho é claro que sempre encontro outro modelo que cativa minha paixão. Por que será que eu sempre consigo ter mais de uma paixão por sapato, e não faço o mesmo com os homens? Em meu coração sempre há espaço para mais um Peep Toe, ou Anabela, ou mesmo um Scarpin.
Os modelos com salto são ainda mais atraentes e de certa forma aristocráticos, chiques. Calço uma sandália ultra-alta e já me sinto mais autoconfiante. Parece uma mágica. O salto me faz sexy. Bom, assim o espelho me diz. Será que ele tá falando sério?
E já notei a diferença da atenção do sexo oposto entre uma sapatilha e um salto alto. Os homens também são atraídos pelos high heels. Será que tudo é uma questão de fetiche? Tenho um amigo que falava que o sonho erótico da vida dele era uma famosa jornalista, já nos seus quarenta e poucos, vestida apenas em uma sandália vaporosa de salto 15.
Mulheres, vamos continuar investindo em modelitos de saltos estratosféricos, porque os homens gostam. Claro, não mais que nós. Enfim, este mundo é estranho, cheio de gente esquisita dentro dele.

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