domingo, 29 de maio de 2011

Domingueira braba

Domingo é um dia estranho. Primeiro é véspera de segunda-feira, já começa por aí. Só de lembrar que tudo se repete, me dá arrepios. Depois, quem tem um pingo de vontade de fazer qualquer coisa que seja num domingo à noite? Meu único desejo é me jogar no sofá e fazer de conta que o mundo fora do meu apartamento não existe.
Mas daí eu tenho um subconsciente enlouquecido, que acha que é hora de me importunar com filosofias da vida terrena. Que saco! Aí eu me lembro que já passei dos 30 e ainda tô solteira, ainda não sou uma executiva de sucesso que anda com salto agulha e mais, não plantei uma árvore, não tive um filho e muito menos escrevi um livro. Nossa, é muita coisa NÃO feita para uma mulher só. Tá, vou refletir.
Primeiro:
Para estar acompanhada é preciso que haja reciprocidade. E sorry, neste mundão que a gente vive hoje tá quase impossível encontrar alguém na mesma vibe. Até mesmo se eu encontrar não sei se vou saber identificar. Já tomei tanta bordoada que ando trocando as orelhas mais do que deveria.
Segundo:
Para ser uma executiva de sucesso eu deveria trabalhar numa multinacional e não ser jornalista. Já não dá para realizar esta parte da fantasia porque na atual conjuntura minha vida não se encaixa na figura mental.
Terceiro:
Plantar uma árvore é legal quando a gente a vê crescer e do jeito que minha vida anda, eu morando na mala. Fica complicado eu acompanhar o crescimento, por exemplo, de um "salgueiro chorão".
Quarto:
Filho precisa de pai e aí eu volto ao primeiro tópico. Acho que não preciso de explicações subsequentes.
Quinto:
Escrever um livro, mas sobre o que? O sexo dos anjos? Como eu posso não saber aos 33 o que fazer da minha vida? Ui, péssimos temas. Ainda não consegui decifrar a mim mesma, como ser material de pesquisa para outros?
Olha, sai de mim subconsciente teimoso. Quero assistir ao Fantástico em paz. Vá encher o saco do meu vizinho, que por sinal é bem gatinho. Será que ele está na vibe? Deixa para lá... rs
Afinal de contas, amanhã é segunda-feira, começa tudo outra vez e assim segue o mundo!

segunda-feira, 9 de maio de 2011

Filosofia da borboleta

Gostaria de fazer de cada momento uma oportunidade de transformação, e assim sendo:
Que a cada erro eu aprenda uma lição;
Que a ignorância seja a mola propulsora para o conhecimento;
Que mesmo em meio à tristeza eu ainda veja motivos para sorrir;
Que do luto me sobrem apenas as boas lembranças;
Que na dor da ferida aberta eu tenha certeza da cura seja do corpo ou da alma;
Que para um coração partido aja sempre um encontro de almas em um novo amor;
Que a cada decepção eu ainda tenha forças para continuar;
Que mesmo em meio à desilusão eu tenha motivos para sonhar;
Que diante do medo eu seja desafiada a exercitar minha coragem;
Que a cada tombo sempre encontre uma mão amiga para me ajudar a ficar de pé novamente;
Que na desesperança se aprimore a fé;
Que ao fechar uma porta veja outra aberta para mudar de vida;
Que em cada mudança eu aproveite a chance de fazer novos amigos;
Que na solidão eu tenha serenidade para me conhecer e gostar da minha companhia;
Que envelhecer seja apenas sinônimo de maturidade;
Porque depois de cada tempestade há sempre um arco-íris;
E a cada fim, um recomeço!





terça-feira, 3 de maio de 2011

A proliferação da falta de noção

Olha, falta de noção é uma praga que se espalha numa velocidade absurda. Meus sais, como eu detesto a falta de "Semancol" das pessoas! Meu pai, quando ainda falava, dizia que tem gente que não perde a oportunidade de ser inconveniente. Concordo em gênero, número e grau.
Parece que não acaba a falta de noção no trato com situações delicadas. As pessoas disparam a falar ou fazer coisas, sem antes se colocar no lugar do outro. O que eu gostaria que fizessem ou falassem para mim nesta situação? Pergunta elementar meus caros. Os americanos tem uma expressão que eu amo: "What would you do, if you were in my shoes?". Algo como: "O que faria se estivesse em meu lugar?".
Fico de cara quando alguém me julga sem estar na minha pele. Não sou nenhuma santa e muito menos deixo de fazer coisas sem noção. Mas tenho procurado cada vez mais me colocar no lugar da pessoa que vai receber a pancada. Putz, é fogo você ser o alvo da metralhadora de alguém.
Bicho, mesmo quando se trata de oferecer ajuda, a pessoa precisa querer, certo? Tem gente que não quer ser ajudada. Ponto. Quando ela quiser uma mão, vai pedir. Pode ter certeza de que quando a situação é insustentável, o pedido de socorro brota. E aí, o ideal é você ser amigo e oferecer o ombro. O silêncio é muitas vezes a melhor ação.
Se a pessoa está uma baleia ou a Olivia Palitos, guarde o olhar de juiz de passarela e a língua nervosa para você mesmo. É muito difícil encontrar alguém que não tenha espelho em casa. Se a amiga está vivendo um relacionamento tóxico, e insiste nele, é porque ainda não chegou a hora de abandonar o barco. Preste atenção no que vai falar até mesmo quando for solicitado. Se alguém está sozinho, não insista em empurrar goela abaixo qualquer de seus amigos solteiros. Se a pessoa precisar de um blind date ela vai pedir, ok?
Vamos exercitar a boa educação e não vamos meter o nariz onde não somos chamados. Tem um cipó, que dá um chá maravilhoso, o "Se Toca", recomendo pelo menos uma dose diária.

segunda-feira, 2 de maio de 2011

Clarividência da vidência

Eu gosto de ler horóscopo. Leio diariamente pelo menos dois. Eu sei que é uma tremenda besteira, mas a leitura de horóscopo é igual vício em cigarro. Sou uma jornalista, acredito nos fatos e nas versões diferentes que cada parte diz a respeito dele. Mas durante um tempo, numa redação onde trabalhei, fazia a leitura solene do que o dia reservava a mim e a meus colegas. Claro que os piscianos como eu eram os mais ávidos por saber o futuro. 
Depois das previsões de Yara Ramos seguia-se a risada e aquele clima de que estávamos apenas nos divertindo. Mas quando um dia começava atropelado e não dava tempo de fazer a leitura, chegava o fim da manhã e tudo ainda estava embolado, a gente começava: "Tá vendo, hoje não deu tempo para ler o horóscopo, nada deu certo".
É engraçado como as pessoas têm superstições e crendices. O ser humano não se acostuma com o fato de que o amanhã é apenas uma possibilidade. Vive em busca de saber o que vai acontecer, é uma ânsia contínua de chegar à frente do que vai virar história de vida. Aí já viu...
Além do vício em horóscopo, eu ainda "faço" leitura de mão. A mágica começa depois de duas taças de vinho e a ajuda de uma luz potente. É a farra das meninas, uma palhaçada que a gente pratica em dia de girls night out. A ideia de que as linhas da mão (esquerda) podem revelar o futuro é um barato. Claro que a quiromancia é um estudo sério, mas não o pratico de fato. Sou apenas neta de uma espanhola, que benzia os filhos com cinzas antes de sua conversão. Sorry amigas, mas isso não faz de mim uma vidente.
Acho hilário quem acredita piamente em tarô, bola de cristal, leitura do futuro na borra de café, etc. Vi um dia destes que uma "mentalista" lia o futuro da pessoa num copo d'água. Só que uma maluquinha foi e bebeu a água antes da "mentalista" fazer a leitura. Será que a mocinha engoliu a própria sorte? Seu futuro? O cara maravilhoso que apareceria na vida dela em três meses? A carreira de sucesso? Tomara que não. Espero que tenha dado tempo de recuperar tudo no próximo copo...
Tudo bem, vou parar com esta história de questionar o mundo. Afinal de contas: "Yo no creo en brujas, pero que las hay, las hay"...