quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Férias

Gosto de ter a certeza de que amanhã eu não faço NADA. Mas só amanhã, porque eu não gosto de dias a fio sem fazer NADA. Costumo dizer que eu vim ao mundo a trabalho e não a passeio. Tenho um pouco de dificuldade de viver o ócio e ter prazer nele.
Um dia ou dois sem compromissos ou missões são suficientes para mim. Se fosse tão bom ficar sem fazer NADA, a gente não perderia um tempo enorme "planejando" férias só para ter o que fazer. A gente iria para casa e ficaria na cama, comendo e dormindo o tempo inteiro. Este quadro na cabeça é a própria visão do inferno para mim.
Gosto de agenda cheia, nem que seja de programação social. Hoje barzinho com as amigas, amanhã chácara com a família, depois baladinha com um gatinho. Enfim, gosto de ocupação.
Vou confessar que há ocupações melhores que as outras, não é mesmo? Agenda social cheia é melhor que encontros de negócios. E olha que eu gosto de ganhar dinheiro, mas prefiro mesmo e sei bem como gastá-lo.
A menina séria que entrega trabalhos no prazo, também sabe se divertir. Por isso, digo não ao ócio. Me ocupei de me satisfazer nestas férias. Descansar o corpo nem pensar, mas a cabeça tá leve como uma pluma. Há milênios eu não ria tanto. Gastei meu tempo com muitas bobagens, mas todas muuuito importantes.
E vamos caminhando, com cada coisa a seu tempo. Deixa eu refazer minha mala que tenho mais uma agenda a cumprir.... Porque assim é o mundo!

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

Prazer no caos

O que gosto nas pessoas é que elas são diferentes umas das outras. E eu amo diferença. Já pensou que chatisse um mundo de iguais. Credo.... Mesma cor, cabelo, cor dos olhos, curvas do corpo, que porre... Deus foi sábio quando criou um mundo variado. E aí é uma infinidade de tons de pele, cores e tipos de cabelo, tem até quem tenha olhos turquesa, ou lilás, eu pelo menos ouvi dizer que existe, que loucura. Mas é uma bagunça boa.
Ou melhor, são poucas as bagunças ruins, a maioria é suuuper divertida. Eu amava ir a acampamentos e dormir no chão, em colégios. Tá, já passei da fase e prefiro um hotel bem aconchegante. Mas ainda me rendo a um churrasco de última hora, pensado só para abastecer as conversas e a cerveja para regar o papo, aquele um, bem desajustado que todo mundo quer falar na mesma hora. Regra?
Tudo bem, eu sei que muita coisa tem de funcionar por conta de métodos e instruções delimitadas. Mas na vida todo mundo gosta mesmo é de um desajuste. Quer coisa mais chata que mulher racional? Aquelas que pensam a relação, pesam prós e contras ao tomar uma decisão. Enfim, chatérrima. Na verdade, todo mundo gosta de uma boa sacudida. Daquela louca!!! Nem que depois do amor tórrido o cara goste de malhar a louca para os amigos... Mas que ele gostava da louca. Ah! Isso ele gostava.
Não que tenha de ser sempre aos gritos, mas um desentendimento aqui e outro ali para depois fazer as pazes movimenta bem uma relação, não é mesmo? E convenhamos, chega a dar aquele frio na barriga quando a briga acaba em pega geral. Porque apesar de todo mundo querer afirmar que gosta de paz, a maioria quer saber é de uma boa tempestade.
Que venham os ventos, minha nau está sempre com as velas abertas para aproveitar a velocidade e seguir adiante. E quando a ventania for demasiada pode deixar que eu baixo as velas, aquieto a tripulação, até que a próxima calmaria venha para sossegar meu coração. Porque não há nervos que resistam a vida no caos eterno. Vivo de marola e ondas altas. Porque assim é o mundo.

sábado, 7 de janeiro de 2012

Blind date, a maior roubada

Roubada, cilada, gelada... enfim, hoje resolvi falar daquelas situações das quais a gente gostaria de fugir, no momento em que elas acontecem. Mas como estão em curso, acaba sendo difícil fazer a passagem e aí minha amiga, o jeito é enfrentar com melhor humor possível.
E não tem situação que gere as melhores roubadas que o blind date. Quem nunca passou por uma saia justa num encontro às escuras? Os amigos sempre dizem, ele é um cara legal. Mas esquecem que nem sempre o título faz jus ao cara. Muitas vezes ele é até legal, mas um dragão, pronto para te tascar fogo. Você olha a situação e faz o que? Encara, afinal de contas não dá para simular uma dor de barriga e ir embora.
Aí você conversa com o cara, que te dá todas as cantadas clichês que ele conhece e no final de tudo ainda diz que esqueceu a carteira. Ui, que roubada monstra. Ou então, o que eu acho até pior, o cara quer dividir a conta nos mínimos detalhes... "Ah, você bebeu aquela caipirinha que custa R$ 10,00". Bicho, não existe coisa mais brochante que homem mão de vaca, sovina, canguinha e por aí vai. Primeiro encontro homem paga, é regra de ouro.
Tem também o cara que até é bonitinho, mas não faz nenhuma questão de referências da moda. Não digo nem o cara ser um metrossexual, que eu acho um saco também. Mas o cara aparece vestindo um colete bufante, com um mocassim, com penduricalhos, que caiu em desuso na década de 80. O que você faz com o ícone de brechó? Esconde num canto do restaurante e torce para nenhum conhecido te ver com o cara, porque senão vira piada universal.
Tá, mas tem o cara que é tudo de bom. Aí você sai com ele e fica feliz da vida. Enfim um blind date que valeu a pena. Ele é bom papo, cheiroso, gostoso mesmo, beija que é uma delícia só e troca telefones no final do encontro. Até te manda mensaginha fofa depois que te deixa em casa. Mas daí descobre que ele é um viciado em blind dates e você só foi a garota da quarta-feira... hahahha Afinal de contas, como ele é um deus grego, que se acha a última bolacha no pacote, tem mais é que fazer a alegria das solteiras abandonadas.
Meninas as roubadas não param por aí. Tem o cara com mau hálito. Aquele que não bebe porque tem problemas com álcool, ou o pai teve, e aí esqueça de tomar um chopp perto dele, vai ser tida como uma ameaça à sobriedade e uma bêbada em potencial. Claro que também tem o inverso, aquele que enche a cara e quer te levar para casa num estado que não passa em bafômetro nem de longe. E a lista é grande, como o cara que no primeiro encontro já diz que te ama, uiiiiiiiiii chuta que é macumba.
Enfim, se eu ficar aqui posso escrever o dia inteiro. Mas tô sendo legal com a mullherada, porque só enumerei as roubadas masculinas, só que tem cada peça do nosso lado também. Deixa isso para lá. Porque assim é o mundo!!!

quinta-feira, 5 de janeiro de 2012

Promessas de ano novo

Ano Novo, promessa de manter o blog atualizado, mas é a única que eu fiz este ano. Porque a gente sempre faz promessas e no meu caso nunca as cumpre. Parece que se prometo, aí sim que não consigo executar. Fiz promessa ano passado de não fazer promessa. Vamos ver se pelo menos esta eu cumpro.
Nos anos anteriores prometi fazer um outro curso, não comecei. Emagrecer, engordei. Descansar, quebrei a perna. O corpo parou, mas a cabeça rodou igual um pião. Quase enlouqueci. Já prometi tanta coisa que não consegui cumprir que se eu for fazer a lista completa fico dias.
Mas desta vez não. Prometi não fazer promessas, vou viver este ano igual a música: "deixa a vida me levar, vida leva eu". Quero a grata surpresa da conquista sem planejamento. Mudança de ares, dias melhores, sem programação prévia.
Não quero viver em compasso de espera. O exercício da paciência eu pratiquei no ano passado, este ano eu quero viver sem compromisso, sem grandes ganhos ou perdas. Quero o sabor da tranquilidade, sem pressão de dar certo, de crescer a qualquer preço.
Cansei de brigar com a vida, escolhendo o que, quando, onde e porque devo fazer ou lutar pelas coisas. Porque eu descobri que quanto mais eu me preocupo, menos eu curto o presente. É o famoso Carpe Diem... Minha nova filosofia.
Se eu vou conseguir já é outra história. Talvez seja esta a lição do ano. Reinventar quem eu sou. Mover debaixo da pele aquilo que deve ficar para trás. Priscilinha paz e amor na área.... hahahha Por mais absurdo que isso possa parecer. Este é o NOVO mundo. Feliz 2012.

sábado, 13 de agosto de 2011

Tateando no escuro

Eu sou profissional da comunicação, mas digamos que nem sempre é possível entender tudo que está subentendido nas palavras, ou melhor, na falta delas. Tenho dificuldade de fazer adivinhações, apesar de muita gente achar que eu realmente leio mãos. Acredito que todo mundo tem este mesmo problema. Interpretar o silêncio não é minha especialidade.
Gosto de coisas as claras. Intenções, pretensões, desejos. Sou adepta do tudo na lata. Mas tem gente que não partilha da mesma ideia. E isso, definitivamente, me deixa bolada. Porque quando faço a leitura do silêncio, sou sempre fatalista. Talvez seja a preparação para a pancada. Tô sempre esperando o pior, porque se o melhor vier vai me deixar ainda mais feliz.
Confesso que é mais fácil agir de acordo com o quadro à frente. Se a gente não tem informação, não tem estratégia de ação. Costumo dançar conforme a música. Mas se não há melodia, como dançar? Portanto, seja rock, balada ou sertanejo, por favor DJ aumenta o som. Garanto que eu sou ótima dançarina.
Mas enquanto isso, vou tateando o escuro. Tentando descobrir na falta de palavras o que deveria ser dito. Como é difícil ler a alma humana. Tudo bem, eu vou vivendo por curiosidade e fazendo tentativas, não desisto. Porque não há nada melhor do que descobrir que se está errado. Tomara que minhas leituras do clássico caos fiquem longe da realidade. E vamos assim enfrentando o mundo!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Megafone com pilha duracel

Nunca gostei do silêncio. Tenho dificuldade em viver na quietude da alma. Costumava tirar sarro das pessoas e dizia como o tio Ali, em O Clone, "Jade você gosta da tempestade". E de algum tempo para cá tenho percebido que eu também gosto desta tal de tempestade. Não sei viver em águas calmas.
Sou filha do vento, que revira as folhas jogadas ao chão e revisita casas empoeiradas, abandonadas. Sou desassossego e ventania. Gosto de remexer histórias, xeretar passado. Muitas vezes dói viver assim, sem paz de espírito para parar e contemplar o silêncio.
Costumo dizer que o silêncio é ensurdecedor. Como que um convite a olhar para dentro. A certeza de que é na profundidade escura da alma que mora a solução daqueles problemas com os quais eu não quero ter de lidar. Falando de tudo e não parando nunca a sensação é de alívio, de não se preocupar.
Dizem que quem muito fala dá bom dia a cavalo. Tenho vivido a realidade diária desta máxima. Muitas vezes gostaria de NÃO ter dito algo, ou simplesmente de ter guardado para mim. Mas a língua é um instrumento ferino, espada de dois gumes, que no meu caso, definitivamente não cabe na boca.
É como se um gravador dentro em mim insistisse em não parar de transmitir. Vejo pessoas que não param de falar um só segundo e sinto agonia. Mas por que será que quando trata-se de mim não consigo ter a mesma percepção?
Sinto uma certa inveja daqueles que vivem no silêncio, escutando, observando ao seu redor. Imagino a figura do monge que fez o voto de silêncio e sinto orgulho dele. Mas em compensação uma vontade de dar um cutucão nele para ver se fala.... rs
Enfim, não adianta eu querer ser paz, se nasci confusão. Há também alguma beleza naqueles que espalham risos e conversas banais. Quem sabe o quietinho não olha para mim e pensa.... eu também queria gostar da tempestade. Porque insatisfação é o mal do ser humano. E assim é o mundo.

quarta-feira, 6 de julho de 2011

Aquela que habita o passado

Fui dor em meio à tristeza da perda da identidade de uma história que era para ser e não aconteceu. E em meio a palavras não ditas e segredos guardados fui certeza de que a saída era me esconder. Mas de quem? Acredito que de mim mesma, porque o simples olhar no espelho me daria a dimensão da perda.
Fui alegria de dias de esperança vindoura em fim de tarde de verão à beira mar. Deleite de dedos imersos em areia que guardava o calor do sol do dia findo. Calor que em meu corpo brotava do amor que sentia e companhia em brasa se fazia.
Fui amiga de amigos que fiz vida afora. Cercada de amor e saudade, porque em cada canto ficou um pedaço meu. E assim, fiquei distribuída em mil pedacinhos que hoje vivem em corações, que em muitos casos  nem sei por onde andam mais. Talvez por isso seja tão incerto o fim.
Fui paixão fugaz sob a noite sombria, que esconde a maldade dos homens que na terra habitam. Na mentira da língua, no dissimular da letra que atribui verdade ao que é incerteza. Neste mundo de atores, que atrás de máscaras encenam o que chamam de existência.
Fui fraqueza, melancolia e dissabor. Me fiz menor que ainda sou, diante da rudeza deste mundo cruel. Me despi do orgulho e em meio ao choro descobri que é no vale que se vê melhor como chegar ao topo do monte que se fez adiante.
Fui fome de amor e de desejo do que ainda está por vir. Daquele ser sem rosto que em minha mente habita e tece uma renda de encanto. Nesta rede faço meu manto para que ela me sirva e se encaixe em cada detalhe ao sonho de dias melhores.
Fui decidida. Decidida a seguir em frente, porque a vida gira, como numa roda que nunca para, ou talvez pare, mas não vou estar aqui para ver o fim. Vivo por pura curiosidade, porque quero experimentar o gosto de tudo aquilo que a coragem me permitir.
Então, que eu seja coragem, esperança, decisão e força. Porque este é o mundo!